
podemos definir ponto de vista como:
“Maneira de considerar ou de entender
um assunto, ou uma questão;
óptica, perspectiva”.
De um modo prático, quando olhamos
para um objeto qualquer,
como por exemplo,
uma caixa de fósforos sobre uma mesa,
a visão de seu formato, s
erá sempre variável.
Irá sempre existir uma
visão que é a real, completa,
que representa de fato o objeto
e tantas outras quantas forem
os observadores e os ângulos
de visão dos mesmos.
Quem estiver à direita,
verá uma caixa estreita,
com uma cor escura para cima.
O que estiver a esquerda
verá uma parte larga com
o nome do fabricante,
assim por diante.
Mas a peça em observação será
sempre a mesma. E se tais pontos
de vista forem confrontados,
teremos a impressão que estão
sendo descritos objetos diferentes.
Porque isto ocorre?
A resposta é muito simples.
Toda observação depende
de onde o observador se posiciona
para avaliar o fenômeno e que
partes do objeto observado
estarão sendo visualizadas.
Se colocarmos vários observadores
num mesmo local e pedirmos
um relato sobre o que foi observado,
veremos que dificilmente
teremos duas descrições iguais.
Assim podemos ver que o ponto de vista
representa apenas parte de uma
realidade. Quem viu a caixa de fósforos
de um lado A, B ou C estará certo
ao descrevê-la pelo seu ângulo
e forma de visão.
Do mesmo modo, como na piada,
qual será o ponto de vista de uma
formiga observando um elefante?
Será uma visão fragmentada,
unilateral, de baixo para cima
e que não reflete o todo do
universo do elefante.
Diferente do que irá observar
um macaco por cima de uma arvore,
continuando com o repertório.
Mas ambos estarão corretos com
relação ao objeto, embora com
visões diferentes, parciais, permitindo
que cada um deles possa ter segurança
em garantir que o que alegam
seja um fato concreto, com toda certeza.
Um outro dado muito importante são
os sentimentos que o observador nutre
em relação ao objeto, que poderão conter
afeição ou rejeição, dependendo dos graus
de preconceitos envolvidos. Cada um adotará
a definição mais simpática e concordante
com sua formação cultural,
seus medos, anseios e desejos.
Por exemplo, se uma pessoa tiver
pavor de outra pessoa que use barba
e estiver avaliando alguma situação
que envolva uma pessoa barbada,
tenderá a emitir um julgamento desfavorável,
ou seja, uma visão contaminada por seus
preconceitos, que o induzirão a ter uma
opinião contrária a tal figura.
Nos anos sessenta quem usasse barba era
visto como contra-cultura, comunista ou
simpatizante de Fidel Castro.
Quem não gostasse de fazer a barba
por irritação na pele tinha que estar
sempre se explicando.
Um casal que se separa, dá-nos um exemplo
bem cristalino do que vem a ser esse
fenômeno que aqui citamos.
Cada um dos conjugues em questão,
terá sua versão sobre os motivos da
separação e serão sempre duas histórias
completamente diferentes, onde ambos
estarão corretos, só que o fenômeno
estará sendo observado por pontos
de vistas diferentes, como no caso
acima, da caixa de fósforos.
O que pode ficar bem claro numa situação
dessas é que se uma terceira pessoa que
avaliar tal situação, ela estará julgando
duas pessoas que têm razão, cada uma sob
sua ótica. E uma nova opinião será emitida
dependendo muito da imparcialidade e
isenção do terceiro personagem envolvido,
principalmente considerando-se que as
influencias produzidas são
multifatoriais, dependendo do indivíduo.
Minha filha mais nova um dia voltou
a um apartamento onde viveu durante sua
infância e exclamou:
- ”Puxa esse apartamento encolheu!”,
O apartamento era o mesmo,
só que ela cresceu e seu ângulo de visão
não era mais de uma criança com menos
um metro de altura, mas de uma moça bem alta.
Sua visão como observadora se modificou
e automaticamente o objeto observado tomou
novas dimensões, sem que a realidade
estivesse sido modificada com
relação ao tamanho real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário